terça-feira, 17 de maio de 2022

Biografia em Rede - Nina Arueira

NINA ARUEIRA

 

Maria Zilnete de Moraes Gomes

 

A história de Campos está cheia de mulheres importantes e incríveis que marcaram época, sendo de grande relevância para a construção de nossa identidade e memória.

A minha homenageada é a grande mulher Nina Arueira que nos ensinou a força, o poder e a liberdade de ser quem somos com todos os nossos direitos e nosso protagonismo c/ sensibilidade, amor e generosidade.

Maria da Conceição Arueira (07/01/1916 a 18/03/1935)

Era conhecida como Nina Arueira, jornalista, poetisa, escritora e líder sindical.

Nasceu em Campos dos Goytacazes - RJ e faleceu no Rio de Janeiro. Filha de Lino Arueira e Maria Magdalena Rocha e Silva.

Ela residia numa casa na Avenida Alberto Torres, que atualmente não existe mais. Sua avó a chamava pelo cognome “Pequenina” e o restante da família a tratava por“ Nina”. Este foi o pseudônimo adotado por ela na adolescência.

Aos cinco anos de idade, suas poesias eram publicadas no Periódico “Rindo”, sob o pseudônimo de “Princesa de Vera Cruz”. Ela ditava as poesias e o pai as escrevia. Seu pai faleceu no ano de 1928 e aos doze anos, ela já ajudava a sua mãe no pequeno comércio da família. Devido a esses acontecimentos, ela amadureceu precocemente e esse amadurecimento, refletiu em seus escritos.

Numa Comemoração Cívica Municipal, datada de 15 de julho de 1924, com apenas oito anos de idade, Nina Arueira, recebeu o primeiro bispo da cidade de Campos, D. Henrique Cesar Fernandes Mourão.

Ela cursou o primário e normal (incompleto) em sua cidade natal. Ingressou no Colégio Liceu de Humanidade de Campos aos 15 anos e lá ganhou a fama de articulista e crítica.

Em suas conferências no teatro local, criticava algumas instituições como a igreja católica, o capitalismo…

Militou na imprensa de Campos e do Estado do Espírito Santo.

Escreveu o Manifesto “A Mocidade de Minha Terra”, que gerou críticas e perseguições de jornalistas e algumas pessoas da sociedade campista.

Conheceu Clóvis Tavares e Adão Pereira e, juntos, fundaram um jornal estudantil.    Esse grupo apresentou o Modernismo a sociedade campista. Nessa época, Nina estava insatisfeita com a metodologia aplicada no Liceu e abandonou a escola.

Na década de 1930, em companhia de seus dois amigos do jornal estudantil, filiou-se a União da Juventude Comunista. Foi um período de muitas lutas, iam para a porta das fábricas, organizavam comícios e fundavam sindicatos. Nessa época, ela passou a frequentar a sociedade Teosófica, apaixonou-se por Clóvis Tavares, seu companheiro de lutas.

No dia 01 de maio de 1934, Clóvis Tavares e Nina Arueira discursaram no grande comício na Praça do Santíssimo Salvador. Houve um tumulto e alguém ateou fogo à Bandeira Nacional. A polícia considerou uma afronta ao governo e em consequência, Clóvis foi detido e Nina escapou.

No período que Clóvis ficou preso, Nina se afastou da militância política, correspondia com ele, mas passou a se dedicar apenas as questões transcendentais. Nesse ínterim, ela fez amizade com o Sr. Virgílio de Paula, que ela chamava carinhosamente de “vovô Virgílio”.

Deprimida, Nina Arueira contraiu tifo e para ter melhor tratamento de saúde, transferiu-se para a residência de Virgílio de Paula e lá veio a óbito aos 19 anos.

Nina Arueira tornou-se imortal porque os espíritas Kardecistas e os comunistas, atribuíram-lhe características místicas de heroína e mártir.

Após a morte da noiva, Clóvis Tavares recebeu uma informação que o espírito de Nina havia se comunicado numa sociedade espírita. Essa notícia deu novo alento à sua vida e a partir daí, ele tornou-se adepto da doutrina espírita, culminando na fundação de um educandário inspirado e fundado pelo espírito de Nina.

Foram fundados grupos assistenciais, mocidades espíritas e escolas com o nome Nina Arueira em sua homenagem.

O CIEP 466 Nina Arueira, localizada no bairro da Penha recebeu esse nome em sua homenagem.

A linda história de amor de Nina Arueira e Clóvis Tavares e da Escola Jesus Cristo foi contada no filme “Luz da Escola”, lançado em outubro de 2019.

 

Segue abaixo parte de um dos mais belos poemas da jovem Nina Arueira:

 

“Meu espírito vibrou na mudez da matéria...

Minha alma se exaltou na vibração da luz...

Eu vivi sobre a terra na espiração sidérea

De tocar com a minha alma a lira de Jesus...

 

Da vida não vi mais que a enganosa aparência,

Fictício tesouro que a mim não seduziu,

Porque meu coração era feito da essência

Evolada do céu e para o céu subiu.

 

O mundo veio a mim cheio de adulações...

E o mundo e a sua corte, altiva, repeli...

Não conheci da vida as tristes ambições,

Mas, a ambição de lá feliz, eu conheci...”

 

Maria Zilnete de Moraes Gomes

Nome literário: Zilnete Moraes

 

 

Referências bibliográficas:

http:// pt.m. Wikipedia.org>wiki

terceira via.com.br

www.correioespírita.org.br

 

 











É  natural de Presidente Kennedy/ES. Formada em Magistério  na Universidade Cândido Mendes em Campos dos Goytacazes/RJ. É escritora, poeta e trovadora. Membro da UBT Nacional e UBT Campos dos Goytacazes e da Associação de Autoras e Autores Campistas.

 

 

Arquivo de Fotos:






segunda-feira, 9 de maio de 2022

Nossa Diplomação

A Associação de Autoras e Autores Campistas, recebeu no último sábado, no evento de Diplomação de seus sócios e lançamento de livro Femmena da Maria Emília Junca Balbi muitos amigos queridos e apoiadores. Helio Coelho nos brindou com músicas autorais e outras que carinhosamente homenagearam as mães.